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Esperava-me a tua mão quando abri a porta do carro.
Evitei-a fingindo procurar uma qualquer coisa perdida no banco do lado.
Depois, arrastei-me contigo pelo caminho que nos separava da entrada.
[que, tarde de mais, nos uniria]
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Subi, em lenta descompressão, cada degrau daquela escada, como quem emerge dum longo mergulho.
Fechaste a porta. Inspirei.
[sei agora que me preparava para afundar]
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(...)
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Eram 12 as velas que emolduravam os 2 lados desabrigados daquele tapete. Num parapeito, outra mais.
Tonta de tanta vontade de te ter depositei no sofá o corpo e tentei, desesperadamente, haurir cada detalhe daquele espaço.
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Não. Não resisti à tua mão nem à tua boca.
[Eras inevitável. Há muito o sabia]
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Li-te o corpo como se em braille estivesse escrito, tacteando cada ponto e cada espaço.
[posso citar-te se quiseres]
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Ofusquei-me com o brilho da tua saliva no meu peito e no meu ventre.
Inundei-me de ti sob a pele que, incessantemente, pedia mais.
Ofusquei-me com o brilho da tua saliva no meu peito e no meu ventre.
Inundei-me de ti sob a pele que, incessantemente, pedia mais.
Troteei-te o corpo que foi, milimetricamente, feito para encaixar no meu.
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Rolei. Virei. Escorreguei.
Gemi, arfei e estremeci.
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Implodi-me, silenciosamente, na tua explosão.
Implodi-me, silenciosamente, na tua explosão.
[e nesse chilreio dos pássaros em alvorada]
7 comentários:
"e nesse chilreio dos pássaros em alvorada"
Texto simplesmente delicioso (e já pareço o Júlio Machado Vaz a falar)
:)
bem menina... ufff...
Vem.
Vou.
*
Lindo...
Glup... (ate custa a engolir)
Eva: era quase de manhã... ;)
Ana: pois...
Susana: obrigada.
Mim: custa sp...
Bjs a todas.
É tão estranho como consegues obrigar-nos a sentir coisas através destas letras negras, destes pontos no écran... Isto é suposto acontecer?...
Não estava fácil "digerir" isto, Nando... ;) ainda bem q assim é... bj.
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