domingo, 10 de agosto de 2008

ART.131 - Como se chora de tristeza

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" (...) A tristeza é propícia a isso, porque, resfriando todo o sangue, contrai os poros dos olhos. Mas, como, à medida que os contrai, diminui também a quantidade de vapores a que devem dar passagem, isso não basta para produzir lágrimas, se a quantidade desses vapores não for ao mesmo tempo aumentando por qualquer outra causa. E nada aumenta tanto como o sangue, que é enviado do coração, na paixão do amor. Por isso observamos que os que estão tristes não vertem continuamente lágrimas, mas apenas intervaladamente, quando fazem qualquer nova refexão sobre os objectos que os emocionam."
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[As paixões da alma, Descartes]
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Ontem ao jantar bloqueei a ver um reportagem na televisão.
Pousei os talheres. Apoiei os cotovelos na mesa e o queixo nas mãos.
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Já no fim apercebi-me que as lágrimas me corriam rosto abaixo.
Deixei-me levar e, uma vez mais, exorcizei uns demónios.
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Quando acabarão de vez?

4 comentários:

Anónimo disse...

Pois.

Agora é a minha vez: *suspiro*

Ana disse...

abraço.te*

nando disse...

As lágrimas nunca acabam. Nem os demónios. Apenas mudam de nome, de forma, de sabor... De alguma maneira, acho que isso é bom. Que é estar vivo. Só é grave quando este é o único artigo do Código...
;)

(Código que por acaso eu desconheço, e suscitou a minha curiosidade!, mas isso é outra história :) ).

Mim disse...

;(

Que reportagem era?