quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Todos os dias

acordo com o coração pesado. Levanto-me... e ele fica aí.
São demasiadas pedras já à minha volta, uma por dia, num muro invisível; não me posso permitir tentar ainda carregar com o meu coração.
E então saio de casa, com pensamentos que o coração deixou na cabeça e falo comigo, para dentro, todo o caminho. Falo contigo também, mas há muito tempo que não me ouves.

Os dias passam num esforço de normalidade, continuo a rir-me (às vezes até com vontade...), mas a alegria com que fazia as minhas palhaçadas deixou de ser a mesma. Há algo forçado em mim... será a normalidade. Será?

Volto a casa num mar de associações em pensamentos, com cheiros, com palavras, com fotografias, que se impõem às conversas que tolero. Tendo em conta que as pessoas que me conhecem começam por odiar-me e logo achar que sou uma pessoa muito atenta nas palavras, no que escuto, no interesse que demonstro... hoje dei-me conta que sou uma pessoa não só mais passiva... mais agressiva.

E deito-me na nossa(?) cama, onde esta manhã deixei o meu coração... pesado.


5 comentários:

100 remos disse...

O coração pode pesar toneladas. Mas mesmo se o deixarmos em qualquer parte, o seu vazio pesa o mesmo. BJ

mimanora disse...

Essa solidão acompanhada também dói.
O texto está lindo mas o sofrimento...

Ana disse...

bonito (e doloroso) este texto... muito dos dois... * Mim

Ti disse...

Pouco mais tenho a dizer-te... abraço-te mto, sister *

:) disse...

Realmente, é mesmo preciso sofrer para conseguir desenhar no papel o rasurado do nosso estado emocional.
Fica bem, o gimbras chegou.

Bjos.