"Ela sabe que não se consegue precisar o momento, a hora, o dia em que uma pessoa fica apaixonada. Sempre um pouco antes, sempre um pouco depois. Ela sabe que não se pode revelar definitivamente como, e porquê, uma pessoa ficou apaixonada por esta pessoa, precisamente esta, e não por outra muito parecida com ela. Qualquer razão perde a razão. O que uma pessoa pode sentir é se está ou não apaixonada. Que houve um estreito abismo, sem saber quando nem como, sobre o qual sabe que saltou. Sem poder avaliar as consequências. Como uma doença. Não é só isso. Uma pessoa quando está apaixonada não está continuamente apaixonada, muito menos com a mesma intensidade. Varia muito. Acontece uma pessoa duvidar se está ou não apaixonada. Ficar totalmente baralhada. É mais fácil uma pessoa sentir a paixão por outra pessoa quando ela não está presente. Isso parece-lhe um facto. A sua ausência aumenta o poder da sua presença. A paixão é mais sua, mais inteira, há menos interferências. Com ela é assim. Sente um vazio que só o outro, único no mundo todo, vai poder preencher, sarar, cuidar. Uma espécie de saudade imperiosa. Uma questão de vida ou de morte."
(in Rosa Vermelha em Quarto Escuro, Pedro Paixão)
E a mão dela, aflita, ainda a sentia na perna.
7 comentários:
Obrigada pela visita!!!
BEIJOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
plim... ;)
plim pois.... estes anónimos.. :)
[...]
a propósito:
http://www.youtube.com/watch?v=P2P4iG9l1KQ
(a partir dos 3:20)
já não li Pedro Paixão há uma porrada de anos... obrigada pelo cheirinho:)*
ana: obrigada pela escolha. Nunca sei se ria se chore qd vejo este filme... é estranho... e dp de ter ido a Paris ainda me revejo mais ali... :)
Continuo a achar que esta definição é de uma clareza impressionante... Brrrr...
Mesmo quem guarda tudo, só guarda o que é importante.
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