terça-feira, 8 de julho de 2008

Memória em mim

Ele inspira sobre o meu ombro.

Profundo.... Quente...

E mesmo assim, o mundo congela por momentos... juro que sim... a imagem que eu processava nesse exacto segundo fica marcada com uma nitidez surpreendente... tudo o resto pára. Como uma extrassístole que se aproveita de um momento de distracção.

Pausa...

Expectativa!

Processamento.

E...

... e de repente o mundo gira, o coração bombeia de novo. Nada é igual... (merda! dou conta que durante o tempo em que só ele respirava também eu o inspirei por dentro.) E faço dele memória.

Sempre fui uma pessoa de cheiros. As memórias que tenho estão cheias de aromas que me ajudam a recordar. Outras guardadas cá dentro esperam por um cheiro que as desperte. E irrompem, apesar de mim.

Ele não sabia disso. Talvez não saiba. Mas, como qualquer admirador da alquimia da cozinha, dá à sensação o lugar merecido.

Sem nunca o saber invadiu-me... e eu levo-o, como memória, no meu corpo... no meu próprio cheiro.

1 comentário:

Ti disse...

E os cheiros...e as memórias... (*suspiro*)