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7 anos. Hoje.
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domingo, 31 de agosto de 2008
sábado, 30 de agosto de 2008
Ouvia-se isto e a Terra parava de girar naquele instante...
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Eu fechava os olhos e mergulhava num estranho ritual de contorcionismo, a fazer lembrar sei -lá-o-quê. Deixava, de certo, qualquer um a pensar se eu o faria por dor ou por prazer.
Nada me demovia daqueles gestos, daqueles balanços… e era “sagradinho” que não conseguiria abrir os olhos até a música acabar (vá, a vodka também ajudava…).
No final, enquanto o DJ trocava o CD (era mesmo isso que acontecia, qual mesa de mistura? É pá, grande sítio aquele…) eu reparava que havia sempre uma ou outra pessoa que continuava, julgo que incrédula, a olhar para mim (e a avaliar pela forma como uma ou outra troca de olhares acabou não olhava “por mal“…eheh)
Eu fechava os olhos e mergulhava num estranho ritual de contorcionismo, a fazer lembrar sei -lá-o-quê. Deixava, de certo, qualquer um a pensar se eu o faria por dor ou por prazer.
Nada me demovia daqueles gestos, daqueles balanços… e era “sagradinho” que não conseguiria abrir os olhos até a música acabar (vá, a vodka também ajudava…).
No final, enquanto o DJ trocava o CD (era mesmo isso que acontecia, qual mesa de mistura? É pá, grande sítio aquele…) eu reparava que havia sempre uma ou outra pessoa que continuava, julgo que incrédula, a olhar para mim (e a avaliar pela forma como uma ou outra troca de olhares acabou não olhava “por mal“…eheh)
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Sempre que ouço esta música lembro-me do calor que sentia nesse momento, naquele lugar estranho e escuro. De certa forma até, repugnante. Lembro-me dos cheiros e das multidões. Lembro-me do gozo que me dava dançar daquela maneira.
Lembro-me da loucura.
Sinto-lhe o prazer.
"Há na loucura um prazer que só os loucos conhecem." (John Dryden)
Sempre que ouço esta música lembro-me do calor que sentia nesse momento, naquele lugar estranho e escuro. De certa forma até, repugnante. Lembro-me dos cheiros e das multidões. Lembro-me do gozo que me dava dançar daquela maneira.
Lembro-me da loucura.
Sinto-lhe o prazer.
"Há na loucura um prazer que só os loucos conhecem." (John Dryden)
Em repeat mode...
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[Rewind, Paolo Nutini]
Why can't we just rewind?
Why can't we just rewind?
Why can't we just rewind?
[Rewind, Paolo Nutini]
Why can't we just rewind?
Why can't we just rewind?
Why can't we just rewind?
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
O tempo, o lume... o amor
Independentemente de escolhas e gostos musicais, este poema sempre me pareceu estar muito... lá.
Como tudo o que é belo nesta vida, tem uma simplicidade extrema... e diz tanto:
Dos nós e laços que o mundo faz
Vai abraçando desenleado
De outros abraços que a vida dá
Vai-te encontrando na água e no lume
Na terra quente até perder
O medo, o medo levanta muros
E ergue bandeiras p'ra nos deter
Não percas tempo,
O tempo corre
Só quando dói é devagar
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Solto no mais alto mar
Liberta o grito que trazes dentro
E a coragem e o amor
Mesmo que seja só um momento
Mesmo que traga alguma dor
Só isso faz brilhar o lume
Que hás-de levar até ao fim
E esse lume já ninguém pode
Nunca apagar dentro de ti
Não percas tempo
O tempo corre
Só quando dói é devagar
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Solto no mais alto mar.
Mafalda Veiga - O Lume
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Tive-te assim muito antes de te ter
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Esperava-me a tua mão quando abri a porta do carro.
Evitei-a fingindo procurar uma qualquer coisa perdida no banco do lado.
Depois, arrastei-me contigo pelo caminho que nos separava da entrada.
[que, tarde de mais, nos uniria]
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Subi, em lenta descompressão, cada degrau daquela escada, como quem emerge dum longo mergulho.
Fechaste a porta. Inspirei.
[sei agora que me preparava para afundar]
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(...)
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Eram 12 as velas que emolduravam os 2 lados desabrigados daquele tapete. Num parapeito, outra mais.
Tonta de tanta vontade de te ter depositei no sofá o corpo e tentei, desesperadamente, haurir cada detalhe daquele espaço.
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Não. Não resisti à tua mão nem à tua boca.
[Eras inevitável. Há muito o sabia]
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Li-te o corpo como se em braille estivesse escrito, tacteando cada ponto e cada espaço.
[posso citar-te se quiseres]
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Ofusquei-me com o brilho da tua saliva no meu peito e no meu ventre.
Inundei-me de ti sob a pele que, incessantemente, pedia mais.
Ofusquei-me com o brilho da tua saliva no meu peito e no meu ventre.
Inundei-me de ti sob a pele que, incessantemente, pedia mais.
Troteei-te o corpo que foi, milimetricamente, feito para encaixar no meu.
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Rolei. Virei. Escorreguei.
Gemi, arfei e estremeci.
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Implodi-me, silenciosamente, na tua explosão.
Implodi-me, silenciosamente, na tua explosão.
[e nesse chilreio dos pássaros em alvorada]
Diálogos (im)possíveis #4
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(...)
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(Ele) - É assim que me convences a deixar-te ir embora?
(Eu) - Não. É assim que te convenço a deixares-me voltar.
(...)
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(Ele) - É assim que me convences a deixar-te ir embora?
(Eu) - Não. É assim que te convenço a deixares-me voltar.
terça-feira, 26 de agosto de 2008
Incontável
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o número de vezes que já alinhavei este post.
Não consigo dizer o que quero.
Na realidade nem sei o que quero [quanto mais dizê-lo!]
Digo-te só que sou assim porque sim... sou assim porque não seria eu se fosse diferente.
Abraço-te também.
o número de vezes que já alinhavei este post.
Não consigo dizer o que quero.
Na realidade nem sei o que quero [quanto mais dizê-lo!]
Digo-te só que sou assim porque sim... sou assim porque não seria eu se fosse diferente.
Abraço-te também.
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Das férias - sensações
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Dói-me saber que nunca vou conseguir descrever o sítio mais belo que, nesta vida, vi.
Não há palavras, fotos ou vídeos que possam mostrar aquele lugar.
Não há palavras, fotos ou vídeos que possam mostrar aquele lugar.
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Um verdadeiro inferno para lá chegar. Cada curva daquela estrada uma autêntica inversão de marcha. Cheguei a afirmar, calculando o que ainda tínhamos de subir e descer, que, para valer a pena, a beleza do que veríamos tinha de ser "orgásmica".
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O resto do caminho faço-o a pé junto às escarpas, tendo por companhia aquele escuro azul de água. Atravesso tunéis, escavados na rocha, onde o cheiro da pedra me enebria os sentidos. Há janelos, com vista para o mar, que me empurram para fora dali.
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O ar quente à saída do último túnel abraça-me e puxa-me, sem eu querer, para o centro daquele lugar. Percorro assim, já dominada, os milhões de seixos redondos que jazem sob os meus pés. Procuro o centro... o centro mais central daquilo tudo... olho, fotografo, filmo, penso em palavras para dizer o que vejo... resigno-me.
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Limito-me a contemplar aquele enorme círculo de pedra em escarpa a toda a minha volta.
Sinto prazer, muito prazer..
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Sinto prazer, muito prazer..
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[podia morrer agora]
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Fito de frente aquela fresta que rasga o círculo e traz até mim o azul da água.
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Vejo-me entrar nele.
Deixo-me ficar.
Deixo-me ficar.
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Sou, aqui, um seixo mais.
Catarse
(Quase ninguém falou... dizer o quê?)
Caminhei rápido pelas pedras, de forma automática, como um peixe a quem lhe falta oxigénio e quer desesperadamente voltar a casa. Sem ouvir ninguém, sem ver nada a não ser aquele azul imenso. Caminhei com a necessidade de quem precisa limpar a alma. Pousei a mochila, despi o vestido e, com o desespero de quem ja não aguenta o ar que não lhe enche os pulmões, corri e mergulhei e fiz-me água...
E depois de tanto tempo, demasiado tempo... os meus olhos foram mar.
Das férias - leituras
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"(...) desejava percorrer regiões desconhecidas, descobrir um ponto vazio no mapa. No entanto (...) já não existiam pontos vazios no mapa - nem no Alasca; nem em lado nenhum. Mas Chris, com a sua lógica idiossincrática, descobriu uma solução elegante para este dilema:pura e simplesmente deitou fora o mapa. Pelo menos na sua cabeça a terra assim manter-se-ia incógnita."
[O lado selvagem, Jon Krakauer]
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Porque até a terapia precisa de férias...
... Ti e Mim juntas...
... durante uma semana...
... numa praia longe daqui (e dali também)!
We'll be back! ;)
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Anti-terapia
Das verdades absolutas que se dizem amiúde, esta será, talvez, a mais anti-terapêutica:
"A vida é complicada."
... (suspiro)
Assim seja.
domingo, 10 de agosto de 2008
ART.131 - Como se chora de tristeza
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" (...) A tristeza é propícia a isso, porque, resfriando todo o sangue, contrai os poros dos olhos. Mas, como, à medida que os contrai, diminui também a quantidade de vapores a que devem dar passagem, isso não basta para produzir lágrimas, se a quantidade desses vapores não for ao mesmo tempo aumentando por qualquer outra causa. E nada aumenta tanto como o sangue, que é enviado do coração, na paixão do amor. Por isso observamos que os que estão tristes não vertem continuamente lágrimas, mas apenas intervaladamente, quando fazem qualquer nova refexão sobre os objectos que os emocionam."
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[As paixões da alma, Descartes]
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Ontem ao jantar bloqueei a ver um reportagem na televisão.
Pousei os talheres. Apoiei os cotovelos na mesa e o queixo nas mãos.
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Já no fim apercebi-me que as lágrimas me corriam rosto abaixo.
Deixei-me levar e, uma vez mais, exorcizei uns demónios.
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Quando acabarão de vez?
sábado, 9 de agosto de 2008
Em memória....
[Em memória de uma camponesa assassinada, Carlos Paredes]
Provavelmente a música de Carlos Paredes que mais gosto. Belíssima.
Acordei com ela. Não a ouvia há meses.
Post-it mental: não falar tanto de morte antes de dormir.
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
terça-feira, 5 de agosto de 2008
The past recedes
Recede (intr.v.)
1. To move back or away from a limit, point, or mark
2. To slope backward
3. To become or seem to become fainter or more distant
4. To withdraw or retreat
For I need to recede from my past. Ladies and gentlemen... Mr. John Frusciante.
Last request
Slow down, lie down
Remember it's just you and me
Don't sell out, bow out
Remember how this used to be
I just want you to know something, is that alright?
Baby let's get closer, tonight
Grant my last request and just let me hold you, don't shrug your shoulders
Lay down beside me
Sure I can accept that we're going nowhere
But one last time let's go there
Lay down beside me....
(Paolo Nutini)
*suspiro*
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Diálogos (im)possíveis #3
"- Love doesn't end, just because we don't see each other.
- Doesn't it?
- People go on loving God, don't they? All their lives. Without seeing him.
- That's not my kind of love.
- Maybe there is no other kind. "
(The End of the Affair, Graham Greene)
- Doesn't it?
- People go on loving God, don't they? All their lives. Without seeing him.
- That's not my kind of love.
- Maybe there is no other kind. "
(The End of the Affair, Graham Greene)
domingo, 3 de agosto de 2008
Eu também
quero ter este vídeo no nosso blogue.
Eu no lugar dela e seria um perfect ten.
Só mais duas palavrinhas: U au.
Eu no lugar dela e seria um perfect ten.
Só mais duas palavrinhas: U au.
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
A única diferença é que ele não tem asas
.Sabem quando estamos no meio de uma praça e passamos que tempos a conquistar a confiança de um passarinho, atirando-lhe, inclusivamente, migalhinhas de pão e dando pequenos passinhos para não assustar o indefeso animal e, de repente, numa atitude completamente grotesca, sem quê nem para quê, batemos o pé fortemente no chão (só pelo "prazer" de o ver fugir)?
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Zás!
[Pronto. Foi mais ou menos isso que aconteceu.]
Back of a photograph
"Apetecia-me ouvir o sol, ver o vento e sentir o céu deste momento... para sempre."
[When you're 17 life is a mess...]
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