segunda-feira, 30 de junho de 2008

Glicínias

Naquela noite julguei que morria.
O telefonema fizera-me antever o tal desfecho mas acreditei até ao fim (quando é que isso foi?) que podia alterar o rumo das coisas. Sou assim. Sempre fui. E aos 17 anos, mais do que nunca, sabemos que podemos mudar o mundo.

À hora marcada lá estava. Passámos à frente o habitual café e sentámo-nos no mesmo banco de jardim debaixo dos arcos de glicínias. Não. Eu sentei-me, tu ficaste em pé. Fumavas um cigarro, tenho a certeza. Esperaste-lhe o fim para me contar...

Falaste dos beijos e das incertezas.
(as palavras são facas)

Não consegui dizer nada. Passaram-me milhões de discursos e sentimentos pela cabeça. Pela cabeça, pelo fígado e pelo coração. Tentei por mais que uma vez. Nada.
(o cheiro das glícinias não me sai da cabeça)

Acendeste outro cigarro. Esperavas que falasse?
Pedi-te um último abraço. Um "último abraço".
Mostraste-te desagradado com a expressão.

Acedeste.
Choraste comigo.
(fomos sacudindo as pétalas de roxo que nos caíam no corpo)

Do que se passou depois não me lembro.
Sei apenas que estava frio e que não era suposto as flores das glícinias caírem.
E que, nessa noite, que durou o tempo de todas as noites, sangrei.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Equinócio da Primavera

"This is our last goodbye
I hate to feel the love between us die
But it's over
Just hear this and then I'll go:
You gave me more to live for
More than you'll ever know

Well, this is our last embrace,
Must I dream and always see your face
Why can't we overcome this wall

Baby, maybe it's just because I didn't know you at all "
(mais, aqui)
(J. Buckley)


Naquele ano nenhuma noite igualou o dia.
E aquela noite demorou o tempo de todas as noites a passar…

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Minoria

Sempre me pareceu reconfortante o facto, no mínimo curioso, de termos menos células humanas que de bactéria no nosso próprio corpo.

Talvez explique o caso de tantas vezes me sentir uma estrangeira dentro de mim...

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Eternal sunshine of the spotless mind

- Preciso que me contes tudo o que te lembras do dia em que nos conhecemos.
- .... para quê?
- Vou escrever um livro...

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Provérbio actualizado

A post a day keeps the shrink away...

domingo, 15 de junho de 2008

Desencontros

11 chamadas não atendidas
2 mensagens novas

:(

Note to self: aprende, de uma vez por todas, a telefonar em vez de mandar sms.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Para Mim...

Não digas nada!
Não, nem a verdade!

Há tanta suavidade
Em nada se dizer
E tudo se entender
Tudo metade
De sentir e de ver…
Não digas nada!
Deixa esquecer.

Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda esta viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada...

Mas ali fui feliz…
Não digas nada.

(Fernando Pessoa)

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Luscious we!

So the big question will be...

... are we luscious or do we like lusciousness?

Luscious (adj)

1. Sweet and pleasant to taste or smell
2. Having strong sensual or sexual appeal; seductive
3. Richly appealing to the senses or the mind

(...)


Hmmm... parece-me bem :)